Ícone das ruas, símbolo do futuro: Famel E‑XF é a nova estrela urbana
A Famel está de volta! E não, não é um delírio nostálgico alimentado por vídeos a preto e branco no YouTube. É real, moderna, elétrica e com mais estilo do que nunca. Nascida em 1949 em Águeda como Fábrica de Produtos Metálicos, Lda, a Famel rapidamente trocou os metais por motores e apaixonou Portugal com as suas icónicas motorizadas. Se cresceste a ouvir histórias de pais e avôs sobre a lendária XF-17, sabes bem do que estamos a falar. Este modelo, verdadeiro símbolo pop das décadas de 70 e 80, foi a Vespa portuguesa, a companheira inseparável de gerações inteiras, com os seus tanques coloridos em verde, laranja ou azul a rasgar estradas e corações.
Nos seus tempos áureos, a Famel chegou a produzir 18 mil unidades por ano. Mas a dependência dos motores Zündapp e a crescente concorrência após a entrada na Comunidade Europeia empurraram a marca para o declínio. Mesmo com uma tentativa arrojada de desenvolver a primeira scooter elétrica portuguesa, a Electron, em parceria com a EFACEC, o sonho foi adiado, e a fábrica encerrou portas em 2002. Parecia o fim — mas apenas para quem não acreditava na força dos ícones.


Duas décadas depois, a lenda ressuscita, adaptada aos tempos modernos mas fiel à sua essência. Em 2021, com sede agora em Guimarães, a Famel anunciou o regresso com um novo modelo elétrico inspirado diretamente na mítica XF-17. O resultado chama-se E-XF e promete conquistar uma nova geração de fãs — mais conscientes, urbanos e com aquele mesmo brilho nos olhos dos anos 80.
O E-XF mantém o visual café racer da sua antecessora, mas por dentro pulsa energia elétrica. Com um motor de cubo de 5 kW, atinge velocidades até 70 km/h (ainda que legalmente limitada a 45 km/h), uma bateria de 72 V e 40 Ah que garante entre 70 e 80 km de autonomia e carregamento completo em cerca de quatro horas. Tem travões a disco, sistema CBS e toda uma postura que mistura arrojo vintage com elegância futurista. O preço previsto ronda os 4 100 €, e as primeiras entregas estão agendadas para 2024.
A visão por trás do renascimento é clara. Joel Sousa, responsável pelo projeto, explicou que tudo começou durante a restauração de uma velha XF-17 que possuía. “A ideia de eletrificar surgiu nesse processo… foi aí que vimos que a herança e a inovação podiam andar de mãos dadas.” E acrescenta: “O regresso como marca portuguesa elétrica foi uma decisão difícil, mas acreditamos num futuro mais limpo. E os condutores desse futuro serão também os nossos novos riders.” Já o design foi afinado em parceria com a e-fx studio, liderada por Paul Sutton, garantindo proporções equilibradas e um look irresistivelmente atual.
Hoje, a Famel volta a ser mais do que uma moto, é um símbolo de atitude. Num mercado onde a mobilidade elétrica cresce e onde o estilo conta, o E-XF é um bilhete dourado para a cidade. Traz consigo o legado de uma geração e aponta o farol para um amanhã mais verde, mas igualmente veloz. É para quem quer pedalar com alma, para quem não esquece de onde veio, mas sabe exatamente para onde vai.
Se estás à procura de algo mais do que apenas uma scooter, se queres deixar uma marca nas ruas, e no imaginário urbano, a nova Famel pode muito bem ser o teu próximo amor sobre rodas.
