Chanel Couture Fall 2025 reinventa o drama clássico
A moda não esquece os grandes momentos, e a apresentação da coleção Fall Couture 2025 da Chanel em Paris é já um deles. O Grand Palais recebeu um desfile que não foi apenas couture, foi também despedida e ritual de passagem. Virginie Viard assinou o seu último ato como diretora criativa da maison, encerrando uma era com um espetáculo onde a tradição Chanel brilhou sob uma nova luz: dramática, onírica, e com um toque quase cinematográfico.
A passerelle transformou-se num cenário de lirismo controlado. Crinolinas volumosas e camadas de tule criaram uma atmosfera de bailado silencioso, como se cada modelo fosse uma personagem a atravessar um palco encantado. O tweed, essência eterna da casa, surgiu reinventado, desta vez em combinações de cor inesperadas, como lilás e limão ou cerúleo e lima, envolto em silhuetas mais fluídas e femininas. Nada aqui era apenas decorativo: cada bordado floral, cada laço estruturado, cada toque de pluma parecia ter sido colocado com a precisão de um gesto coreografado.
Entre as peças mais memoráveis, destacaram-se os sobretudos longos em tweed acetinado, saias lápis em latex, e vestidos de organza com golas dramáticas, um equilíbrio perfeito entre a força do clássico e o risco do novo. A teatralidade, sem cair no excesso, foi um dos trunfos desta coleção que viveu entre o céu e a terra. O uso de transparências, os volumes bem estudados e o brilho contido nos detalhes dourados tornaram cada coordenado num capítulo de uma narrativa de luxo e sofisticação com espírito moderno.
O momento teve ainda peso simbólico com a presença de figuras como Sofia Coppola e as suas filhas, Romy e Cosima Mars, e Kylie Jenner, todas sentadas na primeira fila, observando com atenção cada passo, cada costura, cada vibração de tule e luz. Se a moda tem os seus rituais, este foi um deles: uma celebração do passado, mas também um aceno ao futuro com Matthieu Blazy prestes a assumir a direção criativa da maison.








Chanel mostrou mais uma vez porque continua a ser o epicentro da elegância parisiense, mesmo quando se reinventa. Esta coleção Fall Couture 2025 foi um fecho de cortina com alma, e um começo carregado de possibilidades.
