P.Andrade Primavera 2026: Alfaiataria urbana com visão de futuro

Há desfiles que não precisam de dramatismos para marcar presença. A coleção masculina de P.Andrade para a primavera 2026, apresentada na Semana da Moda de Paris, é um desses momentos em que a subtileza fala mais alto do que qualquer exagero. Pedro Andrade e Paula Kim, a dupla criativa por trás da marca, apresentaram uma proposta sólida, elegante e fiel a uma visão que cruza tradição com inovação, com uma naturalidade que impressiona.

A essência da coleção está no respeito pela herança da alfaiataria masculina, reinterpretada à luz da cidade contemporânea. As peças surgem com cortes amplos, volumes generosos e uma fluidez que dá ao corpo liberdade de movimento, mesmo quando a estrutura é clássica. Blazers desconstruídos, gabardinas fluídas e calças com pregas largas compõem o guarda-roupa de um homem que vive entre o café do bairro, o cowork do centro e a passerelle da vida real.

O que torna tudo ainda mais interessante é a aposta em tecidos técnicos e inovadores. São materiais com acabamentos resistentes à água, leves ao toque e com uma sofisticação quase invisível. Um verdadeiro luxo urbano — silencioso, eficaz e com propósito. Esta funcionalidade estética faz com que cada peça seja pensada para o quotidiano, mas com um requinte que transforma o banal em excecional.

As silhuetas não querem gritar, querem ocupar espaço com confiança e fluidez. Não há rigidez, não há imposição, apenas uma serenidade elegante que reflete um novo arquétipo masculino: atento, consciente e com gosto por vestir bem sem parecer que se esforça. É este equilíbrio que a P.Andrade atinge com mestria.

Na Ritmo Urbano, valorizamos marcas que sabem quem são e onde querem chegar. E esta coleção é um exemplo claro disso. Sem cair em modismos, sem recorrer ao ruído do espetáculo, P.Andrade apresenta uma visão coesa, contemporânea e profundamente relevante. Porque a moda masculina não precisa de reinvenção radical para ser inovadora, basta ter clareza, técnica e alma.

Primavera 2026 nunca pareceu tão bem alinhada com o futuro.