Celebrity pitch 2.0: a simplicidade que está a conquistar o marketing
Durante anos, fomos seduzidos por campanhas com atmosferas oníricas, narrativas labirínticas e visuais ultra-produzidos. Mas em 2025, a publicidade de moda e lifestyle está a fazer um caminho inesperado de volta ao básico: uma cara famosa, um produto à frente, e uma mensagem clara. Os “celebrity pitches” estão de volta, e a funcionar melhor do que nunca.
Segundo o Business of Fashion, estamos a assistir a um verdadeiro revival do formato old-school, aquele onde a celebridade nos diz, com todas as letras, que usa e recomenda aquele produto. Nada de metáforas visuais nem códigos escondidos. Lindsay Lohan a elogiar leggings da Old Navy é só o começo.
O motivo? Saturação. Num mundo onde somos bombardeados por conteúdos sofisticados, o simples tornou-se disruptivo. E há algo de profundamente humano em ouvir alguém familiar dizer: “Uso isto, gosto disto, tu devias experimentar.”
Para os millennials, é nostalgia. Para a geração Z, é clareza. Ambas as gerações têm algo em comum: já não acreditam em campanhas onde não sentem autenticidade. Querem acreditar que aquela atriz, aquele cantor, aquele atleta, não está apenas a cumprir contrato, está mesmo a usar aquilo. E quando isso parece genuíno, a ligação acontece.
Mas há um novo filtro a esta tendência: os investidores. Já não basta ter um rosto conhecido no ecrã. É preciso retorno mensurável, coerência com a marca, produto sólido e distribuição afinada. A fama, sozinha, não basta. Tem de vir com substância.
Este novo ciclo também coloca pressão sobre as marcas: a escolha da celebridade tem de ser pensada como uma extensão da própria identidade da marca. Um mau casting, hoje, arruina mais do que ajuda.
Em resumo, o celebrity pitch está de volta, menos como grito de venda e mais como conversa direta. É marketing com rosto e intenção. E num mercado onde a confiança é tudo, talvez este regresso ao essencial seja o que realmente nos faltava.