Festival MED arranca hoje e Loulé transforma-se no epicentro da world music
Loulé volta a transformar-se num mundo à parte. Hoje arranca oficialmente o Festival MED, um dos mais carismáticos e surpreendentes festivais de world music da Europa, e durante cinco dias a cidade algarvia é invadida por ritmos de todo o planeta, por sabores que não se esquecem e por uma energia que só se sente aqui, ao vivo.
A primeira nota do festival ouve-se logo esta noite, com Ceuzany a abrir as hostes no palco do Castelo, num concerto gratuito que promete aquecer o coração da cidade antes da explosão multicultural que se segue. A partir de amanhã, o centro histórico de Loulé veste-se de festa com mais de 90 horas de música, 54 concertos e mais de 300 artistas oriundos de quase 30 países, tudo espalhado por 12 palcos diferentes. E se isto parece muito, espera até te perderes nas ruas de calçada entre um palco e outro, entre uma banca de artesanato e um copo de vinho local bem fresquinho.
Este ano, Cabo Verde é o país convidado e deixa a sua marca em grande: da gastronomia ao batuque, dos workshops à dança, da moda às palavras. Ferro Gaita, Cesária Évora Orquestra, Dino D’Santiago com Os Tubarões e Sara Tavares compõem uma presença sonora que é pura alma cabo-verdiana a vibrar entre muralhas.
O cartaz é denso e delicioso. Entre os nomes maiores destacam-se Vieux Farka Touré, The Congos & Gladiators, Carminho, Shkoon, Queen Omega e A Garota Não, entre muitos outros. O encontro inédito entre Sílvia Pérez Cruz e Salvador Sobral promete um daqueles momentos que se contam mais tarde aos amigos com brilho nos olhos. E atenção à surpresa eletrónica de Stereossauro com Ana Lua Caiano, ou à força visual dos Fulu Miziki.
Mas o MED é mais que música. É cinema, como o documentário ‘Sodade’ sobre Cesária Évora. É literatura, com as palavras de Dina Salústio e José Luiz Tavares. É arte contemporânea, como na exposição ‘Transatlantic Cartographies’. E é para todas as idades: do espaço MED Kids aos workshops, do artesanato ao street food, há vida para cada canto, para cada gosto, para cada selfie com propósito.
Este festival é para quem vive com atitude. Para quem gosta de um copo de vinho ao som de um saxofone do Mali. Para quem leva uns ténis estilosos e uns óculos de sol que dizem “estou aqui para sentir tudo”. O MED não é só um festival, é uma afirmação de vida com ritmo global, curiosidade cultural e zero medo de dançar diferente.